Entrevista com Márley Janaina de Castro
segunda-feira, 24 de abril de 2017
O Complemento, uma publicação mensal do Sindapp, entrevistou a Diretora de Seguridade da Mendesprev.
Formada em Psicologia e Direito, Márley Janaina atuou como Delegada Sindical do SINDAPP em Minas Gerais, de 2011 a 2016. Junto ao Sindicato, foi responsável por implementar a primeira Convenção Coletiva de Trabalho no estado. Também se destacou no apoio às ações do Sindicato para estreitar o relacionamento com as associadas na região.
Eleita Diretora do SINDAPP para o triênio 2017-2019, ela tem sob sua responsabilidade a área de Comunicação. Márley possui Pós-Graduação em Administração dos Serviços de Saúde, em Gestão de Seguros, Previdência Privada e Capitalização e em Direito Previdenciário.
Confira o nosso bate-papo com a Diretora!
COMPLEMENTO: O mês de março é dedicado à luta pela igualdade de direitos entre mulheres e homens. Qual a sua visão sobre a crescente participação feminina nas equipes e cargos de gestão das EFPC? Houve um avanço significativo desde que você iniciou sua trajetória no sistema?
Comecei a minha trajetória no sistema em 1983. Com certeza, houve um grande avanço profissional das mulheres, não somente em nosso setor, mas em todos os outros. Quanto à luta por igualdade, eu particularmente não tenho esta preocupação. Acredito que é um movimento natural, a partir do momento que as mulheres estão se preparando para assumir cargos de gestão. Nas universidades e faculdades, a maioria dos estudantes hoje são mulheres, portanto, a cada dia estaremos mais preparadas.
Atualmente, já há uma participação feminina importante. Por exemplo, em Minas Gerais, temos três fundos de pensão que têm mulheres na presidência, e no próprio SINDAPP tínhamos uma dirigente que o presidiu por duas gestões seguidas. Mas tenho que reconhecer que ainda é um setor extremamente masculino.
COMPLEMENTO: Como foi o seu primeiro contato com o SINDAPP? O que a estimulou a participar mais ativamente do Sindicato como Delegada Sindical, e agora como Diretora?
Comecei como Delegada Sindical de Minas Gerais, em 2011. Na época, fui convidada pela então presidente Nélia Maria de Campos Pozzi. Eu já possuía experiência em negociação com o sindicato, pois era eu quem intermediava os acordos coletivos da minha entidade.
Minha demanda prioritária como Delegada Sindical foi a realização da primeira Convenção Coletiva de Trabalho de Minas Gerais entre os sindicatos (SINDAPP e SECURITÁRIOS), e o primeiro desafio seria realizar as negociações para que isto acontecesse. No primeiro ano, ocorreu uma negociação muita intensa e, somente em 2012, conseguimos a celebração da primeira Convenção Coletiva de Minas Gerais.
Agora, como Diretora do SINDAPP, acredito que isso representa a evolução do trabalho. Fiquei muito feliz quando fui convidada para fazer parte da chapa que tem Jarbas Antonio de Biagi como presidente. É mais um desafio, já que fiquei responsável pela área de Comunicação.
COMPLEMENTO: Qual a importância de as entidades se afiliarem e apoiarem a atuação de um Sindicato patronal forte e representativo, especialmente no cenário atual?
Há alguns anos, cada entidade celebrava o seu Acordo Coletivo, às vezes seguindo a patrocinadora, mas isto está mudando. As negociações ficaram mais difíceis, principalmente no cenário econômico atual. Com certeza, a união das entidades irá facilitar as negociações, e esta competência é do Sindicato.
COMPLEMENTO: Em sua visão, como Diretora responsável pela pasta de Comunicação do Sindicato, qual a importância da comunicação e do relacionamento com as afiliadas?
A comunicação é uma ferramenta que estabelece um relacionamento entre o SINDAPP e as entidades, permitindo que as afiliadas acompanhem o nosso trabalho e conheçam os nossos objetivos, assim facilitando esta integração.
Nos últimos anos, ocorreram mudanças significativas nas formas de comunicação em nosso setor, por isto devemos estar atentos a este movimento. Mas, não importa o veículo, certamente o processo de comunicação somente é bem-sucedido quando o destinatário recebe,compreende e interpreta a mensagem. Este é o nosso desafio.
COMPLEMENTO: Em sua opinião, quais benefícios da afiliação ao Sindicato merecem ser mais divulgados para as associadas e seus dirigentes?
Todos os benefícios têm a sua importância, posso citar: a assistência aos dirigentes e ex-dirigentes dos fundos de pensão com observância da lei e dos princípios éticos; o Seguro D&O; as negociações com os sindicatos... enfim, as entidades que ainda não se filiaram ao SINDAPP estão perdendo uma grande oportunidade de usufruir dos benefícios oferecidos.
COMPLEMENTO: Quais ações estarão na pauta de prioridades do SINDAPP no triênio 2017-2019?
A chapa eleita “Avançar com Ética” apresentou um programa de Trabalho, ancorado no momento vivido pelo regime de previdência complementar. E os principais pontos foram: atividades sindicais, que diz respeito a conduzir o relacionamento institucional com entidades de classe; apoio à ABRAPP quanto ao fomento da previdência complementar; a continuidade da promoção da ética, a consolidação da Autorregulação; a defesa dos atos regulares de gestão, dentre outros.
COMPLEMENTO: Em sua visão, também como dirigente, quais os grandes desafios do sistema no presente momento, especialmente na área de seguridade?
Os desafios são vários. Hoje, com certeza, o principal é o fomento do sistema, que poderia ser muito estimulado com a implementação da inscrição automática. Existem também alguns pontos de incentivos na área tributária, defendidos por ABRAPP e SINDAPP, que seriam muito benéficos para o sistema, bem como a conscientização dos órgãos do governo sobre a importância da previdência privada para o País. Junto à sociedade, precisamos continuar a incentivar os programas de educação financeira e previdenciária, e mostrar que este é o caminho para um futuro sustentável.
COMPLEMENTO: Gostaria de encerrar esta entrevista com alguma mensagem?
Hoje o País está vivendo um momento difícil e sem precedentes, mas acredito que teremos um Brasil melhor, com a valorização da boa governança e dos princípios éticos.